Na “engenharia” que se estabelece nesta fase das conversações políticas, os pré-candidatos a vice-prefeito, ganham grande importância, visto que a futura escolha de um ou outro nome determinará a formatação da IMAGEM das candidaturas majoritárias, a soma de apoios ou a subtração de potenciais aliados, não contemplados no intrincado jogo em busca do poder.
O exemplo do ex-vice- presidente José de Alencar é emblemático: amenizou a chapa de Lula e possibilitou ao então candidato a inserção em determinados segmentos sociais/empresariais que o percebiam como pouco confiável, radical e não adequado para ocupar a Presidência da República.
Se por um lado a presença de um grande empresário ouriçou a esquerda petista, sua participação proporcionou mais ganhos do que perdas. O resultado final provou o acerto da montagem da chapa em duas oportunidades. Um pouco de pragmatismo não faz mal a ninguém.
A cultura política brasileira, no entanto, reserva aos candidatos a vice-prefeito certa relevância apenas no período eleitoral, na medida em que pode conquistar votos, apoios e, em algumas situações, definir o resultado da disputa, em razão de imagem positiva junto a determinados segmentos, por serviços prestados à comunidade, experiência em cargos legislativos, que sob muitos aspectos gera visibilidade.
A construção de sinergia entre o candidato a prefeito e seu vice é fundamental para estabelecer o melhor fluxo de diálogo entre os partidos que compõem a coligação, com reflexos positivos nas curvas ascendentes de intenções de votos e na possibilidade de formar maioria na Câmara de Vereadores.
O eleitor vê não apenas o candidato majoritário, mas também quem ele tem ao lado. Aliás, "diga-me com quem andas e te direi quem és", já diz a sabedoria popular.
Escolher bons vices foi o que fizeram Fernando Henrique e Lula, ambos por duas vezes, demonstrando que, atualmente a figura do vice vem crescendo em importância, e a cada eleição esta tem sido uma preocupação, pelo menos de alguns partidos, no momento de montar suas chapas.
Então, um bom vice oferece isto: um contraste. Um rosto experiente para avalizar um candidato muito jovem ou um jovem que dinamize um candidato de idade avançada. Uma mulher que suavize aspectos agressivos de um xerifão ou, ao contrário, um cão de guarda ao lado de uma face meiga de mãe.
Um vice do qual nenhuma parcela expressiva da sociedade possa dizer coisa alguma é um zero à esquerda, por mais atributos que a mãezinha dele jure que seu filho tem. Pior – já que aquele seria apenas uma nulidade – é o vice que não agrega em contraste, só provoca contradições.
O bom vice se impõe pela força de sua presença como decisão política. O significado de sua participação não é numeral, mas qualitativo. Fosse popularidade sua principal contribuição, seria ele o candidato e não o outro. É naquilo que amplia, subjetiva ou politicamente, que ele é mais decisivo.
Agora o resto é com você eleitor, faça uma análise se seu candidato escolheu um bom vice ou não.
Nenhum comentário:
Postar um comentário