quinta-feira, 25 de outubro de 2012

ELEIÇÃO OU LEILÃO?

Por: Coluna José Augusto Longo - 11/10/2012

A legislação eleitoral deveria ser mudada, acabando com esse conceito de que a justiça só age se for provocada. Juízes e promotores deveriam, antes e depois dos pleitos, fazerem análises de quem pede o voto, de que forma está sendo feita a campanha e por qual motivo ou caminho, o candidato se elegeu.

Nesta eleição de sete de outubro, houve de tudo, em matéria de compra de votos em nossa cidade. Candidatos a vereador, por exemplo, gastando verdadeiras fortunas para chegar à Câmara, sem o mais comezinho conhecimento do que seja uma Câmara Municipal ou para que o serva este Poder. Muitos dos eleitos desconhecem o que seja um Regimento Interno, qual a diferença entre um Decreto, um Projeto de Lei ou um Requerimento. A prova é que, alguns, em suas plataformas eleitorais distribuíram panfletos garantindo a construção de colégios, de saneamento, de campos de futebol, dentre outras ilações, desconhecendo a Lei maior que proíbe terminantemente um vereador de proporcionar qualquer tipo de despesas ao erário. Desconhecem que vereador, apenas, pode pedir providências e fazer o que muito pouco deles fazem que é fiscalizar o emprego das verbas; abrir os olhos do prefeito sobre assuntos que dizem respeito ao interesse do povo e denunciar desmandos. Mas, será que quem se elegeu comprando votos, vai se preocupar com o bem estar da cidade? Claro que não! O mandato conseguido não foi por que o candidato desejava ajudar na construção de uma sociedade mais justa. O que ele queria, e conseguiu, foi um emprego gordo de quatro anos, usufruindo das benesses do Poder e se lixando para a mercadoria comprada. Sim, pois ele não comprou consciências, ele comprou a mercadoria podre do voto do eleitor safado que espera ansioso pelas campanhas eleitorais para pegar migalhas de candidatos mal intencionados que buscam no mandato uma forma de se locupletarem. Eu sou do tempo em que o eleitor votava na pessoa, analisando seu comportamento diante da sociedade. Quando fui eleito em oitenta e dois, para um mandato de seis anos, não gastei um centavo. Fui eleito graças ao meu trabalho honesto e o prestígio que me deu a velha e querida Rádio Espinharas. E, dos quinze eleitos, apenas dois ou três fizeram algumas despesas, não por que estavam concorrendo num leilão, mas, apenas por vaidade, na ânsia de serem os mais votados. E, nessa época, se combatia o coronelismo já em extinção. Eram os “coronéis do chicote” que muitas vezes, apenas no grito, ganhavam eleições. A despesa destes era dar transporte e alimentação a seus eleitores que eles conheciam pelo nome. Era este o grande crime eleitoral que cometiam. Os “coronéis”, que não passavam de um ou dois em cada região e que foram banidos pela modernidade, foram substituídos por milhares de pequenos e malfadados seres canalhas, que burlam uma lei caolha que somente vai em busca da legalidade, quando alguém faz a denúncia. Ora, quem diabos vai denunciar quem? Todos têm o rabo preso. Os pouco que não têm dinheiro para gastar na campanha, se encolhem na sua insignificância frente ao poderio econômico e temem represálias. Enquanto a justiça não sair dos birôs refrigerados e vir às ruas saber o que acontece e tomar providências enérgicas, nada, mas nada mesmo, será mudado. Mas, para tanto, a lei precisa ser modificada. O que hoje fazem os homens da justiça, a forma como agem, não foi inventada por eles, apenas cumprem as determinações legais vigentes.

O que se gastou nessa campanha, se for mesmo o que se comenta, é um absurdo. Candidatos que penhoraram todos os bens, gente que gastou o que tinha e o que não tinha na busca do mandato de vereador. Alguns dias antes da eleição, um agiota amigo meu disse revoltado, que, se tivesse se prevenido, pelo menos com uns trezentos mil reais, numa segunda feira, teria ganhado mais de um milhão, tal as ofertas de bens de candidatos, em troca de dinheiro para a compra de votos. Imóveis que valiam por volta de trezentos mil, por exemplo, estavam sendo dados em garantia por apenas vinte ou trinta mil reais.

Gastou-se tanto dinheiro, e tantos foram eleitos comprando, que se você pegar os retratos de muitos dos eleitos para a Casa de Juvenal Lúcio de Sousa e sair correndo toda a cidade, muito pouca gente saberá distinguir quem é. O problema é que não foi a imagem que foi negociada, o que se vendeu foi o número, e número não tem cara. Eu mesmo não conheço muitos deles. Até candidatos que moram aqui no bairro, eu nunca os tinha visto antes, mais gordos ou mais magros. Só sairam da toca para buscar uma eleição que, caso tenham ganhado, servirá mais para troféu do que para outra coisa.

Tenho pena dos que votaram legalmente, que usaram, de fato, a consciência, na tentativa de buscar o melhor. A estes apenas a certeza de que não se perde o voto quando o nosso bom candidato perde; perdemos o voto mesmo é quando depositamos nossa confiança em um calhorda qualquer, desses que compram os mandatos e que vão passar quatro anos mamando no peito da viúva, e chamando-nos de bestas por não termos pegado o seu dinheiro sujo.

Em tempo:

Se você ganhou a eleição sem comprar votos, então, não é de você que eu falo. Refiro-me, apenas, àqueles que ganharam sem mérito algum, apenas pela força do dinheiro podre e da safadeza do eleitor que virou mercadoria.
A você, portanto, meus respeitos e meus parabéns.

José Augusto Longo é colunista do site WWW.patosonline.com de Patos –PB

FONTE: http://www.patosonline.com/interna.php?modulo=publicacao&codigo=29941

GIRO PELA REGIÃO

Eleições 2012 marcadas por surpresas.

NOVO BRASIL

Sebastião Sabino acabou ganhando força no último mês, com uma campanha muito bem estruturada, virou o jogo e se sagrou prefeito de Novo Brasil. Vancélio tinha vantagem em Novo Brasil, mas Sebastião teve a preferência na zona rural e no distrito de Novo Goiás, onde ganhou com 151 votos de frente, em um total de 254.

Resultado:

SEBASTIÃO SABINO (PMDB) 1.675 votos 54,10%
VANCÉLIO (PP) 1.421 votos 45,90%

JUSSARA

Grande surpresa nessas eleições foi à vitória de Tatiana (PSB), pesquisas indicavam vitória de Maria Amélia (PSDB), mas Tatiana vinha numa crescente, virou o jogo no apagar das luzes e foi eleita prefeita de Jussara.

Resultado:

TATIANA (PSB) 5.934 votos 49,26%
MARIA AMÉLIA (PSDB) 5.274 votos 43,78%
ITAMAR CAIADO (PMDB) 839 votos 6,96%

ITAPIRAPUÃ

Outra surpresa, pode se dizer que Zélia (PP) virou o jogo no dia da eleição, pesquisas realizadas na sexta feira dia 05, indicavam frente de 5% para o prefeito Erivaldo(PSD), o mesmo saiu vitorioso em Itapirapuã, mas Zélia foi muito bem votada no distrito de Jacilândia e conseguiu tirar a diferença, saindo vitoriosa com 39 votos de frente.

Resultado:

ZÉLIA (PP) 3.009 votos 50,33%
ERIVALDO (PSD) 2.970 votos 49,67%

FAZENDA NOVA

Faltando pouco mais de 1 mês para a eleição, Daniel do Zeca mantinha uma frente de 12% nas pesquisas, mas Afrânio (PMDB) cresceu e consegui tirar grande diferença, sendo no final uma disputa apertada, Daniel do Zeca (PSD) foi reeleito com 89 votos de frente.

Resultado:

DANIEL DO ZECA (PSD) 2.390 votos 50,95%
AFRÂNIO (PMDB) 2.301 votos 49,05%

BURITI DE GOIÁS

Eleições sem surpresa em Buriti, Eliés (PMDB) foi eleito prefeito com grande frente, o mais interessante é que Sebastião César (PSD) liderava todas as pesquisas no período pré-eleitoral, mas um racha na base aliada acabou beneficiando Eliés, que agora é o prefeito.

Resultado:

ELIÉS (PMDB) 1.520 votos 57,29%
TIÃO CÉSAR (PSD) 1.133 votos 42,71%

MONTES CLAROS DE GOIÁS

Eleições sem surpresa em Montes Claros, Vilmar Maciel(PP) foi o primeiro prefeito reeleito da história da cidade, fez uma boa administração e colheu o resultado, vitória maiúscula sobre Cícero da Bebedouro (PMDB), que fez uma campanha humilde, sem muitos recursos.

Resultado:

VILMAR MACIEL (PP) 2.952 votos 54,06%
CICERO DA BEBEDOURO (PMDB) 2.482 votos 45,45%
CASCÃO (PSOL) 27 votos 0,49%

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Uma análise das eleições 2012 em Novo Brasil

Primeiramente é preciso dizer que essa foi uma eleição atípica em Novo Brasil, quem ganhou a eleição, ganhou nas últimas semanas, é preciso deixar claro que nunca na história de Novo Brasil houve uma campanha tão endinheirada, uma campanha milionária, é claro e notório que Sebastião Sabino não possuía mais apoio popular que Vancélio. As urnas mostraram que teve mais votos. Mas então o que aconteceu? Muitos acreditam que Vancélio foi traído, mas é preciso analisar o motivo da traição!

Chegamos ao ponto em que pra ser prefeito e vereador, não precisa ter serviços prestados, não precisa fazer favores, pra ser eleito basta ter muito dinheiro pra gastar. Isso é triste, mas se tornou realidade. Não poderíamos ter chegado a esse ponto, pois o povo acostuma e dificilmente deixará de ser assim de agora em diante. O voto virou mercadoria, e quem der mais leva. ¨Chegamos ao ponto em que tudo tem preços, e nada tem valor¨.

Passado as eleições, a chapa derrotada agora procura culpados, e a culpa é de quem? Não se pode querer achar culpados, na realidade foram sucessões de erros, mas a responsabilidade de uma campanha é do próprio candidato, ele quem dita o rumo de sua campanha, cabe a ele ter o poder de empolgar o eleitor, ser convincente, fazer o povo acreditar nas suas propostas. Culpar alguém nesse momento seria injustiça.
O prefeito teve culpa? Vancélio e Márcio absorveram sua rejeição, isso seria natural, mas no geral, o prefeito mais ajudou que atrapalhou, pois possui mais de 50% de aprovação, porém teve dificuldade em transferir votos.

Vancélio foi derrotado pelo desgaste que o poder causa, o poder cansa, mas o fator principal foi à falta de recursos. Vancélio fez uma campanha humilde, e na lógica, se fosse pra gastar exageradamente, não teria motivos pra ser prefeito, seria sem sentido, se formos analisar friamente, seria prejuízo gritante, gastar 1 milhão pra ter um salário de 10.000 por mês durante 4 anos.

Foi o milhão contra o tostão, e isso faz uma diferença inimaginária em política.

Outra realidade a nível estadual foi que as pessoas novas, aquelas que nunca haviam disputado eleição, acabaram por ser vitoriosas. Devido à questão da ficha limpa e às denúncias de corrupção, com os políticos sempre ‘apanhando’ de todos os lados, pois a população pôs na cabeça que político é ‘bandido’, os eleitores decidiram votar naqueles que menos pareciam políticos, naqueles que não haviam disputado eleições. O fenômeno ocorreu em todos os partidos.

Sebastião foi eleito por ter uma campanha bem estruturada, cresceu muito durante a campanha, era o fato novo, nunca havia disputado a prefeitura, outro fator importante é que não faltaram recursos para a campanha do candidato do PMDB.

O mais importante no momento é que Sebastião Sabino é o novo prefeito de Novo Brasil, um jovem, advogado, sério, honesto e íntegro, possui todos os requisitos para ser um bom prefeito, melhor perfil impossível, resta a ele escolher bons assessores, pessoas de bem, que não trabalhem em interesse próprio, mas sim para a coletividade.

É preciso entender que em política a alternância de poder é necessária e benéfica, é renovação, é sangue novo na política, novos ideais, tem tudo pra dar certo.

Analisando o orçamento para 2013, Sebastião Sabino terá mais de 9 milhões de reais em receitas para administrar, fora convênios que podem ser firmados com o Governo do Estado e com o Governo Federal, se bem administrados, muito pode ser feito para a população de Novo Brasil, pois recursos não faltam.

O blog Politicar deseja Parabéns aos vereadores e prefeito eleito, e esperamos que trabalhem com objetivos claros e definidos que atenda aos reais interesses da população, sem demagogias, mas com o espírito de muito trabalho e perseverança, para que Novo Brasil continue no caminho do desenvolvimento.

Desejamos uma ótima administração para todos os eleitos pelo povo.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

PESQUISAS NA MIRA DA JUSTIÇA

O processo eleitoral a cada dois anos renova um problema para todos os envolvidos, principalmente para quem tem o dever de fiscalizar sua lisura: pesquisas de intenção de voto com diferenças gritantes e suspeitas de manipulação com números beneficiando candidaturas distintas.

Tradicionalmente, as pesquisas de intenção de voto servem para orientar comitês eleitorais e coordenadores de campanha sobre os rumos da luta pela preferência dos eleitores. Entretanto, o foco tornou-se outro: as pesquisas passaram a ser importante arma nas mãos de marketeiros de campanhas eleitorais.

O juiz eleitoral Rodrigo da Silveira defende uma investigação rigorosa sobre as pesquisas eleitorais divulgadas e seus resultados sempre contestados por políticos que discordam dos números apresentados. "Há sempre suspeitas fortes de que algumas pesquisas são encomendadas e não correspondem à realidade, o que é um fato lamentável. Isto carece de uma investigação feita sob critérios rigorosos para dar uma resposta à população e para que não pairem dúvidas sobre a lisura do processo eleitoral", explica.

As exigências para divulgação de pesquisas de intenção de voto são explícitas no site do Tribunal Superior Eleitoral. Deve constar data da coleta de dados, região abrangida, critérios metodológicos, número de eleitores pesquisados, número do registro e aferição da pesquisa feita por um estatístico devidamente registrado no conselho regional da categoria. A rigor, é isso o que deve pautar uma pesquisa divulgada.

Entretanto, é comum estatísticos sequer morarem nas cidades onde estão sediados os institutos de pesquisa. Eles apenas avaliam com frieza os números e probabilidades o que em tese seria a declaração de intenção de voto deste ou daquele candidato.

Relatório preliminar da Polícia Federal sobre pesquisas eleitorais indica uma da formas mais fáceis de manipular o resultado dessas pesquisas. Inicialmente pesquisadores fazem uma prévia nos setores do município pesquisado. De posse dessas informações, dirigentes mal-intencionados desses institutos e coordenadores de campanhas que não têm a ética por princípio básico mandam outros pesquisadores somente nos setores onde o candidato seu protegido está melhor avaliado. Em resumo, a pesquisa fica viciada com resultados sem orientação global.

Dúvidas e confusão

Para a promotora eleitoral Vilis Marra, divulgar pesquisas manipuladas é uma forma deplorável de "brincar com o eleitor". Ela considera essa prática profundamente lamentável e analisa os resultados nefastos que a manipulação pode provocar. "Divulgar pesquisas distantes da realidade causa mais confusão nos eleitores do que definição quanto ao rumo do processo eleitoral. O eleitor tende a descarregar o voto útil em candidatos que estão em ascensão ou que na propaganda tendem a ser eleitos, e isto é altamente maléfico para a democracia e para a sociedade", comenta a promotora de Justiça.

Vilis Marra endossa a posição do juiz Rodrigo da Silveira no sentido de investigar as suspeitas de fraude em pesquisas eleitorais. "Se houver alguma denúncia mais contundente, por certo abriremos uma investigação e pediremos rigor na apuração para a Polícia Federal. Essa prática precisa ser combatida."

A advogada Eliane Faria lembra que em outros pleitos também ocorreram suspeitas de que institutos de pesquisa pudessem também fazer algum tipo de fraude na coleta de dados, na elaboração dos resultados e na divulgação desses números, influenciando de forma reprovável o eleitorado. Ela ressalta o papel da imprensa em ser o primeiro elemento de fiscalização e diz que, após as eleições seria bom se todos os institutos fossem investigados de forma criteriosa para inibir novas práticas.

"Ministério Público, Judiciário, partidos políticos, imprensa e a sociedade em geral precisam estar atentos para coibir abusos e cobrar providências contra casos de manipulação de pesquisas. A democracia é um valor muito caro para a sociedade brasileira e não pode ser objeto de manipulação de indivíduos inescrupulosos", finalizou.


FONTE: Diário da Manhã